- Enderson Belém criou compósitos sustentáveis com isopor e serragem em Parintins, após o Festival de Parintins.
- O material é leve, resistente e pode ser usado na construção civil e no artesanato.
- O projeto contribui para reduzir resíduos sólidos urbanos e valorizar materiais recicláveis.
- Pesquisadores buscam ampliar a produção e firmar parcerias com empreendedores locais.
Enderson Belém, estudante de Ciências Biológicas do Centro de Estudos Superiores de Parintins da Universidade do Estado do Amazonas (Cesp/UEA), desenvolveu um projeto inovador para o reaproveitamento de resíduos sólidos urbanos. Em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), ele propôs a transformação de isopor (EPS) e serragem de madeira em compósitos sustentáveis. A pesquisa foi realizada em Parintins (AM), com foco nos resíduos gerados durante o Festival de Parintins, um dos maiores eventos culturais da Amazônia.
Compósitos sustentáveis a partir de resíduos do Festival de Parintins
O projeto foi orientado pelo Prof. Dr. Ademir Castro e Silva. A proposta surgiu da observação do descarte inadequado de resíduos após o festival, que movimenta milhares de pessoas e gera toneladas de lixo, especialmente isopor, usado nas alegorias dos bois-bumbás Garantido e Caprichoso.
Enderson identificou uma oportunidade de sustentabilidade e inovação. Ele desenvolveu um material composto por EPS e serragem, com potencial de uso em construção civil, artesanato e design sustentável.
Biologia e empreendedorismo em prol do meio ambiente
Segundo Enderson, a motivação veio do impacto ambiental causado pelo acúmulo de resíduos no lixão municipal. “Meu trabalho é uma forma de devolver à sociedade um pouco do que aprendemos na universidade”, afirma.
O projeto alia ciência, responsabilidade social e empreendedorismo. A pesquisa demonstrou que os compósitos apresentam propriedades físicas consistentes, como leveza, resistência e durabilidade.
Como funcionam os compósitos sustentáveis
Compósitos são materiais formados pela junção de dois ou mais componentes com propriedades distintas. Pelo menos um deles deve ser de origem natural ou reciclada. O objetivo é criar um produto final mais eficiente e com menor impacto ambiental.
No caso do projeto de Enderson, o EPS (poliestireno expandido) foi triturado e misturado à serragem de madeira, formando um novo material com aplicações práticas.
Próximos passos e impacto regional
A pesquisa segue para novas fases de testes e ajustes técnicos. O objetivo é viabilizar a produção em maior escala e buscar parcerias com empreendedores locais que apoiem a causa.
O professor Ademir destaca que o projeto reflete o compromisso do Cesp/UEA com o desenvolvimento regional. “É um exemplo claro de como a universidade pode contribuir com soluções concretas para os desafios locais”, afirma.
Benefícios do projeto
- Redução de resíduos sólidos urbanos
- Valorização de materiais recicláveis
- Fomento à economia circular
- Aplicações em setores diversos
- Incentivo à pesquisa e inovação regional
Além de contribuir com o meio ambiente, o projeto reforça o papel da Universidade do Estado do Amazonas como agente de transformação social e tecnológica na Amazônia.
