- Pesquisadores testam óleos essenciais amazônicos contra vetores da malária e dengue.
- Estudo aponta ação larvicida e antiviral com baixa toxicidade ambiental.
- Projeto usa biotecnologia e promove formação científica na região.
- Óleos do gênero Piper mostram eficácia promissora contra Aedes aegypti.
Pesquisadores do Amazonas, Maranhão e Paraná desenvolveram produtos com óleos essenciais de plantas amazônicas do gênero Piper, com ação larvicida, antiviral e antiplasmódica. A pesquisa visa combater os vetores da malária e da dengue e é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), dentro da Iniciativa Amazônia +10.
Estudo testa eficácia de óleos contra vetores
Coordenado pela pesquisadora Rosemary A. Roque, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o projeto já demonstrou resultados inéditos com os óleos essenciais contra Anopheles spp. e Aedes aegypti, vetores da malária e da dengue.
Os testes biológicos revelaram atividades promissoras dos óleos em diferentes estágios dos insetos: ovos, larvas, pupas e adultos. As substâncias também apresentaram baixa toxicidade ambiental e celular.
Descoberta acelera pesquisa na Amazônia
Os óleos foram extraídos de folhas e galhos de espécies como Piper purusanum, Piper alatipetiolatum, Piper brachypetiolatum e Piper tuberculatum. As coletas ocorreram na Reserva Adolpho Duke e no Museu da Amazônia, em Manaus.
Além da ação contra vetores, as substâncias demonstraram potencial inibidor contra o vírus da dengue, Zika e o parasita Plasmodium vivax, causador da malária.

Como a inovação impacta o controle de doenças?
O projeto também testou um bioinseticida à base de Bacillus thuringiensis israelensis (Bti), produzido no Brasil, com eficácia no controle de larvas do Anopheles darlingi, principal vetor da malária na região.
Os pesquisadores realizaram formulações de nanoprodutos, testes in vitro e in vivo, análises cromatográficas, testes de toxicidade e aplicações em campo.
Três avanços previstos até 2030
- Desenvolvimento de bioinseticidas com baixa toxicidade ambiental
- Formação de recursos humanos especializados na Amazônia
- Incorporação de produtos naturais em estratégias de saúde pública
Impactos para a Amazônia
O projeto contribui para o fortalecimento da pesquisa científica na Amazônia, com participação ativa de estudantes de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado.
Também promove a valorização da biodiversidade e do conhecimento tradicional, com ações de divulgação científica em escolas e eventos locais.
O que esperar daqui pra frente
Segundo Rosemary Roque, a expectativa é incorporar os produtos desenvolvidos às estratégias de controle vetorial. A longo prazo, o projeto busca reduzir os casos de malária, dengue, Zika e chikungunya.
Além disso, há o objetivo de atrair investimentos em biotecnologia amazônica e consolidar parcerias institucionais entre os estados envolvidos.
Glossário
- Bti (Bacillus thuringiensis israelensis): Bactéria usada como bioinseticida contra larvas de mosquitos.
- Anopheles darlingi: Principal mosquito transmissor da malária na Amazônia.
- Plasmodium vivax: Parasita causador da malária em humanos.
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