- Viviane de Oliveira, estudante da FAMETRO, foi premiada em congresso nacional por pesquisa sobre neurotrauma no Amazonas.
- O estudo apontou aumento de até 40% na mortalidade por traumatismo cranioencefálico durante a pandemia de COVID-19.
- Falta de UTI, transporte especializado e atrasos no atendimento foram fatores críticos identificados.
- O reconhecimento valoriza a produção científica regional e reforça a importância da iniciação científica precoce.
Viviane de Oliveira, estudante do 4º período de Medicina do Centro Universitário Fametro, teve sua pesquisa premiada como a melhor na categoria Neurotrauma durante o XI Congresso da Academia Brasileira de Neurocirurgia. O estudo analisou o impacto da pandemia de COVID-19 na mortalidade de pacientes com traumatismo cranioencefálico no Amazonas, revelando dados alarmantes sobre o colapso do sistema de saúde local.
Viviane de Oliveira destaca a crise no atendimento durante a pandemia
Durante os períodos mais críticos da pandemia, o Amazonas enfrentou o colapso do sistema de saúde. A pesquisa de Viviane de Oliveira identificou um aumento expressivo na mortalidade de pacientes com traumatismo cranioencefálico moderado. O atraso no atendimento, especialmente de pacientes vindos do interior, foi um dos principais fatores que comprometeram os desfechos clínicos.
“Pacientes do interior chegavam com atraso no atendimento, e isso comprometeu desfechos que poderiam ser mais favoráveis”, destacou Viviane.
A pesquisa foi realizada com base em dados de hospitais da rede pública do estado, reunindo informações sobre mortalidade, tempo de atendimento, gravidade dos traumas e condições clínicas associadas, como hipóxia e hipotensão. Esses fatores, somados às dificuldades logísticas impostas pela pandemia, escancararam as fragilidades do sistema de saúde da região amazônica.
O reconhecimento nacional da pesquisa de Viviane de Oliveira
O XI Congresso da Academia Brasileira de Neurocirurgia é um dos eventos científicos mais relevantes do país na área. Reunindo especialistas, pesquisadores e estudantes de todo o Brasil, o congresso é uma vitrine para novas descobertas e avanços na neurocirurgia.
Viviane de Oliveira foi premiada entre dezenas de trabalhos apresentados. O reconhecimento na categoria Neurotrauma reforça a importância da pesquisa científica voltada para contextos regionais. O olhar acadêmico sobre a realidade da Amazônia foi valorizado em um ambiente de alto nível técnico e científico.
“Apresentar meu trabalho em um congresso de tamanha relevância científica, cercada por profissionais e pesquisadores experientes, foi uma experiência enriquecedora. Ver o nosso olhar acadêmico, voltado para a realidade da Amazônia, ser valorizado com esse prêmio me emocionou profundamente”, relatou Viviane.
O trabalho também evidenciou a importância da formação médica voltada para a pesquisa e a realidade local. A estudante da FAMETRO demonstrou como a ciência pode contribuir para a melhoria do atendimento em saúde, especialmente em regiões com grandes desafios estruturais e logísticos.
Impactos para a Amazônia
A pesquisa de Viviane de Oliveira lança luz sobre um problema estrutural que vai além da pandemia. A dificuldade de acesso a serviços de saúde especializados no interior do Amazonas é uma realidade constante, agravada em momentos de crise sanitária.
O estudo reforça a necessidade de investimentos em:
- Ampliação da rede de transporte aeromédico para pacientes em estado grave.
- Capacitação de equipes de saúde no interior para atendimento inicial de traumas.
- Integração de dados e protocolos clínicos entre unidades de saúde da capital e do interior.
Além disso, o reconhecimento nacional do trabalho de Viviane fortalece a produção científica regional e incentiva outros estudantes e pesquisadores a investigarem temas com impacto direto na população amazônica.
O protagonismo de uma estudante do 4º período também reforça a importância de políticas públicas que incentivem a iniciação científica desde os primeiros anos da graduação. A formação de médicos com olhar crítico e engajado na realidade local é essencial para reduzir desigualdades em saúde.
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