Pesquisa para identificação por DNA de pessoas desaparecidas avança
Foto: Divulgação/SSP-AM
Resumo da matéria
  • Amazonas intensifica identificação de pessoas desaparecidas por DNA.
  • Campanha nacional coleta material genético de familiares até 15 de agosto.
  • Primeira identificação por DNA no estado ocorreu em fevereiro de 2024.
  • Cooperação entre estados e banco genético acelera resultados.

O Amazonas ocupa a terceira posição no ranking nacional de envio de amostras ao Banco Nacional de Perfis Genéticos. Esse avanço fortalece a identificação por DNA de pessoas desaparecidas e reflete o esforço local para ampliar o uso da ciência forense na resolução desses casos.

Em fevereiro, o estado anunciou a primeira identificação de uma ossada humana com base em dados genéticos. O caso envolveu uma mulher desaparecida desde 2022 e só foi solucionado após cooperação entre os laboratórios do Amazonas e do Paraná, com cruzamento de dados no banco nacional.

Campanha nacional busca novas coletas

Entre os dias 5 e 15 de agosto, o Amazonas participa da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas. A iniciativa visa incentivar a doação voluntária de material genético por parentes de desaparecidos, ampliando as chances de identificação por meio do cruzamento com perfis existentes.

A campanha é coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), em parceria com o Laboratório de Genética Forense do Amazonas. Além da coleta, a ação promove uma força-tarefa nacional para acelerar a análise de perfis genéticos ainda pendentes.

Como participar da campanha

Para participar, o familiar deve apresentar um boletim de ocorrência de desaparecimento, registrado em qualquer estado, além de seus documentos pessoais. As coletas ocorrem diariamente na sede do Laboratório de Genética Forense, anexo ao Instituto Médico Legal (IML), na avenida Noel Nutels, bairro Cidade Nova, zona norte de Manaus.

O perito Delson Tavares explica que o processo é simples e sem custos. “Não há nenhum custo para essa coleta. Tudo é feito gratuitamente e o processo é indolor, onde coletamos apenas algumas gotas de sangue do familiar próximo da pessoa desaparecida e inserimos esse material no nosso banco”, afirma.

Por que o DNA é essencial na identificação

O uso do DNA é hoje uma das ferramentas mais eficazes para identificar pessoas desaparecidas, especialmente em casos em que não há vestígios físicos reconhecíveis. O material genético permite comparar perfis de familiares com restos mortais ou com pessoas vivas que não possuem identidade conhecida.

Essa metodologia tem se mostrado cada vez mais importante diante do grande número de desaparecimentos no Brasil. A articulação entre os bancos estaduais e o Banco Nacional de Perfis Genéticos amplia as possibilidades de encontrar respostas para famílias que aguardam há anos por notícias.

Cooperação entre estados fortalece resultados

O caso resolvido em fevereiro é um exemplo do impacto da cooperação interestadual. O cruzamento de dados entre laboratórios do Amazonas e do Paraná foi decisivo para a identificação da vítima. Essa colaboração entre instituições públicas mostra como a ciência forense pode ser aplicada de forma integrada e eficaz.

Segundo o MJSP, a campanha nacional busca não apenas ampliar o banco de dados, mas também acelerar a análise de amostras já existentes. A força-tarefa reúne peritos, técnicos e especialistas de diferentes regiões para dar agilidade ao processo.

Impactos para a Amazônia

Com o aumento no número de coletas e a intensificação das análises, o Amazonas consolida-se como um dos protagonistas nacionais na aplicação da genética forense. O estado já ocupa a terceira posição no país em envio de amostras, resultado de investimentos locais e da mobilização de instituições públicas.

Além de dar visibilidade ao tema das pessoas desaparecidas, a campanha contribui para fortalecer a confiança da população na ciência como aliada na busca por respostas. A expectativa é que mais famílias participem e que o número de identificações aumente nos próximos meses.

Glossário

  • DNA: Ácido desoxirribonucleico, material genético presente em todas as células humanas.
  • Banco Nacional de Perfis Genéticos: Base de dados do governo federal que armazena perfis genéticos para fins de investigação e identificação.
  • Genética forense: Aplicação da genética para resolver casos legais, como identificação de vítimas e suspeitos.

O que esperar daqui pra frente

A expectativa é que a campanha nacional amplie significativamente o número de amostras disponíveis para análise. Com mais perfis genéticos cadastrados, aumentam as chances de identificação de pessoas desaparecidas, tanto vivas quanto falecidas.

O Amazonas deve continuar investindo na estruturação de seus laboratórios e na formação de profissionais especializados. A continuidade da cooperação entre estados também será fundamental para acelerar os resultados e oferecer respostas às famílias.