- O CBA lança edital contínuo para selecionar startups de bionegócios até 2025, em Manaus.
- Empresas aprovadas poderão usar laboratórios, espaços físicos e apoio técnico por R$1.800 mensais.
- O programa visa fomentar a bioeconomia amazônica com foco em inovação e comunidades tradicionais.
O Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) abriu, em julho de 2025, o edital CBA OPEN II, voltado para a seleção contínua de startups de base tecnológica com até dez anos de constituição. O objetivo é ocupar espaços físicos no hub de inovação mantido pela instituição em Manaus, promovendo a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de soluções voltadas à bioeconomia amazônica.
O que é o programa CBA OPEN
Lançado para fomentar bionegócios sustentáveis, o programa CBA OPEN funciona como um hub de inovação colaborativa. Nele, instituições públicas e privadas, universidades, startups e agentes da cadeia produtiva amazônica compartilham conhecimento e infraestrutura técnica. A proposta é transformar ideias inovadoras em produtos escaláveis que valorizem a biodiversidade da floresta.
Com foco em tecnologia aplicada à biodiversidade, o programa atua como uma ponte entre ciência, mercado e comunidades locais. Ele impulsiona projetos voltados à exploração sustentável de recursos naturais, promovendo a inclusão produtiva e a geração de renda em cadeias como fitoterápicos, cosméticos naturais e bioinsumos agrícolas.
Quem pode participar do edital
Podem participar do edital empresas formalmente constituídas como pessoa jurídica e que apresentem um plano de negócios alinhado aos objetivos do programa. O processo é contínuo, ou seja, não há prazo final para envio das propostas — elas serão analisadas ao longo do tempo conforme recebimento.
As propostas devem ser enviadas em formato PDF para o e-mail cbaopen@cbamazonia.org e devem incluir documentos como formulário de inscrição, contrato social, currículo dos dirigentes e certidões negativas.
Infraestrutura e custos de participação
As startups selecionadas terão acesso à infraestrutura do CBA — laboratórios, salas de uso compartilhado ou privado e serviços de apoio técnico — mediante pagamento mensal. O custo base é de R$ 1.800, mais R$ 50 por metro quadrado ocupado. O valor cobre despesas de água, energia, internet, segurança e limpeza.
Além disso, as empresas podem oferecer contrapartidas não financeiras, como doações de equipamentos ou serviços ao CBA, desde que alinhados às atividades de pesquisa e inovação.
Critérios de avaliação e seleção
O processo seletivo é composto por duas etapas. A primeira é a avaliação documental, com critérios como:
- Grau de aderência à bioeconomia amazônica;
- Perfil empreendedor dos dirigentes;
- Potencial de inovação e impacto econômico;
- Integração com comunidades tradicionais.
As propostas com pontuação mínima de 80 pontos avançam para a segunda etapa: apresentação oral (pitch) à Comissão de Seleção. Para serem aprovadas, as startups precisam atingir ao menos 140 pontos somando ambas as fases.
Foco em inovação, sustentabilidade e inclusão
Entre os objetivos do CBA OPEN estão o estímulo à transferência de tecnologia, a formação de redes colaborativas e o fortalecimento das cadeias produtivas da floresta. Há também uma ênfase na capacitação de recursos humanos, contribuindo para o surgimento de um ecossistema de inovação genuinamente amazônico.
Outro destaque é a valorização de projetos que envolvam comunidades tradicionais e povos originários. O edital reconhece o papel central desses grupos na preservação do conhecimento tradicional e no fornecimento de insumos nativos.
Como participar
Empresas interessadas devem acessar o site cbamazonia.org/galeria-editais, baixar o edital e os formulários, e seguir as instruções para inscrição. A seleção é de fluxo contínuo e o resultado é comunicado por e-mail até 45 dias após o envio dos documentos.
A startup aprovada terá até 30 dias para assinar o contrato e iniciar sua instalação no CBA. O tempo mínimo de permanência é de 12 meses, podendo ser renovado conforme desempenho e cumprimento das metas acordadas.
Impactos para a Amazônia
O CBA OPEN II representa um passo concreto para consolidar a Amazônia como polo de inovação em bioeconomia. Ao atrair empresas intensivas em conhecimento, o programa fortalece a geração de valor a partir da biodiversidade, promovendo o uso sustentável dos recursos florestais e impulsionando a economia local com base em ciência e tecnologia.
Mais do que um centro de pesquisa, o CBA se consolida como ecossistema de negócios verdes, conectando academia, setor produtivo e saberes tradicionais. A iniciativa pode inspirar outros modelos similares em regiões de alta diversidade biológica, com foco na preservação aliada ao desenvolvimento.
Glossário
- Bioeconomia: Economia baseada no uso sustentável de recursos biológicos renováveis.
- Bionegócios: Empreendimentos que exploram a biodiversidade de forma sustentável.
- Startup: Empresa jovem com modelo de negócio inovador e potencial de crescimento rápido.
- Hub de Inovação: Espaço colaborativo que conecta startups, investidores e instituições de pesquisa.
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